A Petrobras vai ganhar o reforço de mais uma plataforma de produção de petróleo e gás no pré-sal. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ( ANP ) informou nesta segunda-feira (22), que autorizou o início das operações da P-78.
A P-78 é uma plataforma modelo FPSO, sigla em inglês para unidade flutuante de produção, armazenagem e transferência de petróleo e gás. A estrutura fica no Campo de Búzios, na Bacia de Santos, cerca de 180 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a ANP é o órgão regulador da indústria de petróleo e gás no país.
A agência reguladora informou que a autorização foi concedida após a aprovação da documentação e análise do atendimento às condicionantes de segurança operacional, além da aprovação do projeto e da autorização de uso dos sistemas de medição estabelecidos pela ANP.
O casco da P-78 foi construído em estaleiros nas cidades Yantai e Hayang, na China, e em Ulsan, na Coreia do Sul. Os blocos foram integrados na Coreia do Sul, antes de seguirem para Singapura, onde houve a montagem dos módulos, incluindo um construído no estaleiro da Seatrium (antigo Brasfels), em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro.
As auditorias da ANP foram realizadas ainda em Singapura.
A P-78 chegou ao Brasil em setembro. A nova plataforma tem capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia (bpd) e 7,2 milhões de metros cúbicos por dia (Sm³/d) de gás natural.
A unidade deve enviar 3 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural ao mercado consumidor brasileiro e conta com um sistema de flare fechado, minimizando as emissões de poluentes pela queima de gás natural. Flare são as torres que queimam gás nas plataformas.
A P-78 será a sétima plataforma a produzir petróleo no Campo de Búzios. Além dela, operam na região as plataformas P-74, P-75, P-76, P-77, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré.
O Campo de Búzios é o maior do mundo em águas profundas. Em 2025, Búzios atingiu o recorde de 1 milhão de barris produzidos por dia, sendo o de maior produção do país .
A autorização da ANP chega no momento em que a Petrobras enfrenta uma greve nacional de petroleiros . O movimento completa oito dias nesta segunda-feira.
Entre as principais recomendações da categoria estão:
- Melhorias no plano de cargos e salários;
- Solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros (fundo de pensão da categoria);
- Defesa da pauta Brasil Soberano, que defende a manutenção da Petrobras como empresa pública e um modelo de negócios voltado ao fortalecimento da estatal.
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Petrobras apresentou, no domingo (21), uma contraproposta “com avanços significativos em relação aos três eixos de luta da campanha reivindicatória”.
A categoria exige outros avanços, entre eles, que não haja descontos dos dias parados na greve nem punições aos grevistas.
Segundo a FUP, entre as unidades com adesão à greve estão nove refinarias, 28 plataformas de produção marítima, 16 terminais operacionais, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel e dez instalações terrestres operacionais.
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